“Sem título”
(Tela de António Aly Silva, 2002; daqui)
Viagem*
O beijo da quilha
na boca da água
me vai trocando entre céu e mar,
o azul de outro azul,
enquanto
na funda transparência
sinto a vertigem
da minha própria origem
e nem sequer sei
que olhos são os meus
e em que água
se naufraga a minha alma
Se chorasse, agora,
o mar inteiro
me entraria pelos olhos
(Tela de António Aly Silva, 2002; daqui)
Viagem*
O beijo da quilha
na boca da água
me vai trocando entre céu e mar,
o azul de outro azul,
enquanto
na funda transparência
sinto a vertigem
da minha própria origem
e nem sequer sei
que olhos são os meus
e em que água
se naufraga a minha alma
Se chorasse, agora,
o mar inteiro
me entraria pelos olhos
*Mia Couto*
(Escritor moçambicano; retirado do livro”Poemas Leya” e originalmente publicado na obra “Raiz de Orvalho”)
(Escritor moçambicano; retirado do livro”Poemas Leya” e originalmente publicado na obra “Raiz de Orvalho”)
3 comentários:
"o azul de outro azul,
enquanto
na funda transparência
sinto a vertigem
da minha própria origem"
Belo
Amo o azul do céu do mar e é azul a minha alma
Um abraço
Lindo.
Que poesias maravilhosas ...
A África chorando em letras.
Saudações.
Sill
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