Os sinais antigos de quem procura eternidade*
Apetece confessar,
nestas folhas de memória
quem, na verdade, sou
e ousar seguir
minha procura.
Apetece confessar que estou aqui
a viver e reviver o amor.
Não apenas corpos em prazer,
mas os segredos antigos
de quem se faz eternidade.
Há viagens que são beleza,
mãos, cheiros, ouvidos, olhos
e todos os demais sentidos
que me dão a ilusão
de acrescentar a criação.
Esse humano, demasiado humano,
a que não posso ser alheio,
para que se descubra o infinito.
*José Adelino Maltez *
*(Cientista político; poeta português – poema retirado da obra “Sobre o tempo que passa”)