“Dançarina Kilundukila”
(Foto de Adão Marcelino; in: Boletim da Casa de Angola, 2003)
Tal como a chuva*
Tal como a chuva fustiga
O corpo sedento da terra
E penetra de água
Uma gota doce
A densa folhagem
Sobre a aridez oculta
Assim a carne alarmada
Pelos fascínios que excitam os sentidos
Exige
Ávida
Açoites na pele esticada
Do tambor aquecido e seco
Os ouvidos reclamam o rufar
Nos tímpanos
Do odor do barro vivo
Moldado pela química húmida
Ao sabor surdo do pingo
Batendo contra a poeira
E levantando poalha.
Tal como a chuva
Os olhos
Ah! Os olhos
Orbitam rejúbilos incandescentes
Com as promessas de tanto espectáculo
Piscando
Imóveis que mal se vê
E falam
(Foto de Adão Marcelino; in: Boletim da Casa de Angola, 2003)
Tal como a chuva*
Tal como a chuva fustiga
O corpo sedento da terra
E penetra de água
Uma gota doce
A densa folhagem
Sobre a aridez oculta
Assim a carne alarmada
Pelos fascínios que excitam os sentidos
Exige
Ávida
Açoites na pele esticada
Do tambor aquecido e seco
Os ouvidos reclamam o rufar
Nos tímpanos
Do odor do barro vivo
Moldado pela química húmida
Ao sabor surdo do pingo
Batendo contra a poeira
E levantando poalha.
Tal como a chuva
Os olhos
Ah! Os olhos
Orbitam rejúbilos incandescentes
Com as promessas de tanto espectáculo
Piscando
Imóveis que mal se vê
E falam
Luanda, Agosto 2006
*Manuel Dionísio*
*(poeta luso-angolano; poema inédito a publicar no seu próximo livro “Palavras como resgate”)