"Tempestade no deserto do Namibe"
(O deserto da infância de Ruy de Carvalho; foto de Saiago)
Fala da rainha de regresso ao Kimbo*
O capitão chegou
viu e venceu.
É a sua força
de matar-me os homens.
Minha porém, maior,
é a ciência
de entender os astros.
à mão que fere e mata
oponho uma colheita de segredos.
A terra é minha
e dela me entronizo.
às gerações delego
a reconquista.
O tempo que me serve
é de outra cor
e o sol decidirá
a cor do mando.
Irmãos ouvi-me bem
eu sou rainha.
Quem vos governa os corpos
saberá
das outras heranças
para que me guardo.
De que futuro pode haver temor
para quem tanto acumula de passado?
(O deserto da infância de Ruy de Carvalho; foto de Saiago)
Fala da rainha de regresso ao Kimbo*
O capitão chegou
viu e venceu.
É a sua força
de matar-me os homens.
Minha porém, maior,
é a ciência
de entender os astros.
à mão que fere e mata
oponho uma colheita de segredos.
A terra é minha
e dela me entronizo.
às gerações delego
a reconquista.
O tempo que me serve
é de outra cor
e o sol decidirá
a cor do mando.
Irmãos ouvi-me bem
eu sou rainha.
Quem vos governa os corpos
saberá
das outras heranças
para que me guardo.
De que futuro pode haver temor
para quem tanto acumula de passado?
*Ruy Duarte de Carvalho*
*(angolano; poema da obra “Memória de tanta guerra (Antologia Poética)”, 1992, edições Vega; daqui)
Sem comentários:
Enviar um comentário