O que é este Blogue?

Quando se junta uma amálgama de palavras, um conto ou um poema podem sempre emergir. A sua divulgação fará que não morram esconsos numa escura e funda gaveta. Daí que às minhas palavras quero juntar as de outros que desejem participar. Os meus trabalhos estão publicados sob o pseudónimo: "Lobitino Almeida N'gola". Nas fotos e pinturas cliquem nos nomes e acedam às fontes.

terça-feira, janeiro 30, 2007

África

"África Selvagem"
(Uma maravilhosa foto
daqui)

África*

Senhor, clemência!
O mundo lá fora apodrece
E o mundo aqui dentro do peito
A pulsar insatisfeito, entristece.
Quanta gente faminta a implorar!
São crianças esquálidas,
Filhas de pais e mães esqueléticas.
Eram negros belos!
Passam de novo pelo mesmo azedume.
África sempre a África por estrume.
África de lindas florestas e cascatas.
A exuberante África!
De homens, mulheres e crianças
Aidéticas e mutiladas.
Minha querida África!
Paraíso do mundo!
Por tantos anos
Foi a força de trabalho escravo
Das Américas de todos os Colombos
E para seus filhos só ficaram
Guerra, doença e abandono.
Olhai, Senhor!
Estes negros tristes e esqueléticos,
Tão amargos e tão tétricos!
Arrancai, Senhor!
Esta ofensa aos olhos do mundo.
Até hoje ecoa embalde
O grito de Castro Alves!
Clemência, Senhor!
Basta de iniqüidade.
Chega de sofrimento.
Fazei do continente africano
Embora tão tarde,
Um porvir de liberdade!


*Ângelo Martins*
*(poeta brasileiro; publicado inicialmente
aqui)

4 comentários:

Nelson Ngungu Rossano disse...

É necessário muita fé e esperança na Mãe-África e rogar a Nzambi que vele pelos meus irmãos rendidos à descreça - Ter sempre presente a dor do passado, porém com fé no futuro.

Kandandu

Anónimo disse...

ÁFRICA

De rios e mar me fales, sem peneiras,
sei que bem podes, traz tua maré;
traz-me córregos, regatos, cheias até:
que fale a pura água de tantas maneiras...

Sabemos quando o trovão soa distante,
como tudo se interrompe nesse instante;
e p'ra que lado se volta a nossa memória:
correndo p'ro lado mais doce da História...

É a mãe África que de longe nos chama...
a mãe de todos nós, a Natureza eterna,
a Fonte das Águas, a chuva e a fogueira.

E caso estendas no deserto a tua cama,
sob o estrelado céu do estranho Iona,
lá, virão os pastores kuvale à tua beira.

Anónimo disse...

adorei o poema, gostaria de postá-lo.citando as fontes.
parabéns pelo trabalho de todos!
e em especial pela iniciativa deste blogueiro, genial!
madalena

ELCAlmeida disse...

Qualquer poema ou conto pode ser reproduzido desdenque citado, e bem, a fonte e o(s) autor(es).
Cumprimentos
Eugénio Almeida