"Calemas"
(foto ©Elcalmeida, 2010)As Calemas do Lobito*
Nas douradas areias
ou nas duras rochas,
batem duras,
batem fortes,
ondas soberbas
em cadência;
batem, enrolam
e em alvas espumas
desmaiam e voltam.
São as nossas Calemas!
Nas delicadas areias
ou nas duras fragas,
batem e tornam a bater
duras, fortes,
enroladas,
como só elas o sabem fazer.
São as nossas Calemas!
Cíclicas, metódicas,
em finais de Setembro acodem
e em Outubro partem;
na Restinga,
no Bairro da Praia,
ou no Compão
as Calemas abrolhem.
São as nossas Calemas
que ruidosas,
estrídulas, aparatosas,
no esporão desmaiam
e o Lobito refrescam!
*Lobitino Almeida N’gola*
*(6/Outubro./2011)
1 comentário:
Em primeiro lugar quero feliciá-lo pelo bom gosto (estéctico e temático) deste blogue. O Lobito é a minha terra! Nessa cidade fantástica, particularmente na Restinga, vivi toda a minha infância e fiz os meus primeiros estudos (na Escola Pedro Alexandrino da Cunha). A praia era o meu "jardim".
Mais tarde vivi na Caponte no prédio da Casa Lopes, junto à Colina da Saudade. Vivi a Independência em Luanda, no "Prédio do Livro". Em 1981 regressei a Portugal onde completei os meus estudos e me licenciei em Arquitectura.
Actualmente resido em Portugal mas viajo frequentemente para Angola no âmbito da minha actividade profissional ou para visitar os meus irmãos que vivem em Luanda. Nos últimos anos tenho "corrido" praticamente todas as províncias, "de Cabinda ao Cunene".
Sou português e angolano.
Tenho vindo também a trabalhar na divulgação da arquitectura modernista feita em Angola.
Feitas as apresentações, quero ainda dizer-lhe que é um prazer visitar este espaço onde se fala de Angola e da cultura angolana sem estigmas e preconceitos. Vai sendo raro! Bem haja por isso.
Por fim convido-o a visitar o meu "cantinho" - "Gonçalo Afonso Dias - Artes e Ofícios. Um espaço dedicado à arte e à cultura mas também à opinião livre mas responsável.
Um abraço,
Gonçalo Afonso Dias
Enviar um comentário