"A ténue luz do ouro"
(Acrílico sobre tela, de António Olé, 1991)
.
Perturbação mental*
Na esperança um dia, à minha terra voltar
sonhava que alguém por ti me mandasse chamar
cansei-me de não ver esse corpo, esse chão
crescendo em mim, uma enorme emigrante saudade.
Vivo na raiva e revolta de ter partido
sem conseguir odiar alguém
sinto-me tão longe
que me tornei de mim, desiludido
Confundo-me nas minhas culpas
e naqueles que não quero culpar
mas por muito que tenha passado
não consigo deixar de te amar
Nesta perturbação mental permanente
até como minha mulher, já te imaginei
mas todas as que vi passar ou possuí
nenhuma como a ti minha terra eu amei!
Perturbação mental*
Na esperança um dia, à minha terra voltar
sonhava que alguém por ti me mandasse chamar
cansei-me de não ver esse corpo, esse chão
crescendo em mim, uma enorme emigrante saudade.
Vivo na raiva e revolta de ter partido
sem conseguir odiar alguém
sinto-me tão longe
que me tornei de mim, desiludido
Confundo-me nas minhas culpas
e naqueles que não quero culpar
mas por muito que tenha passado
não consigo deixar de te amar
Nesta perturbação mental permanente
até como minha mulher, já te imaginei
mas todas as que vi passar ou possuí
nenhuma como a ti minha terra eu amei!
*Jorge Pessoa*
*(poeta angolano; in “Angola, A obsessão”, ed. Kilombelombe, 2005)
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