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Retalhos da Vida*
Há noites muito escuras em que o vento violento
e ruidoso
traz a tempestade inclemente.
Os trovões e os relâmpagos invadem a madrugada
como se fossem durar para sempre.
Não há como ignorar os sentimentos
que tomam de assalto
nossos frágeis corações.
O medo e a incerteza tiram nosso sono,
e passamos minutos
infindáveis,
imaginando o pior,
temerosos de que o céu possa,
de um momento para o outro,
cair sobre nossas cabeças.
Sem, no entanto,
qualquer aviso,
o vento vai se acalmando,
as gotas de chuva começam a cair
com menos violência
e o silêncio volta a imperar na noite.
Adormecemos sem nos darmos conta do final da intempérie,
e quando acordamos, com o sol da manhã a beijar-nos a fronte,
nem sequer nos recordamos das angústias da noite.
Os galhos caídos na rua,
a água ainda empossada na rua, nada,
nenhum sinal é suficientemente forte para que nos lembremos do temporal
que há poucas horas nos assustava tanto.
Assim ainda somos nós, criaturas humanas, presas ao momento presente.
Descrentes,
a ponto de quase sucumbirmos diante de qualquer dificuldade,
seja uma tempestade ou revés da vida,
por acreditar que ela poderia nos aniquilar
ou ferir irremediavelmente.
Homens de pouca fé, eis o que somos.
Há muito tempo fomos conclamados a crer no amor do pai,
soberanamente justo e bom,
que não permite que nada que não seja necessário e útil nos aconteça.
Mesmo assim continuamos ligados à matéria,
acreditando que nossa felicidade depende apenas de tesouros
que as traças roem e que o tempo deteriora.
Permanecemos sofrendo por dificuldades passageiras,
como a tempestade da noite,
que por mais estragos que possa fazer nos telhados e nos jardins,
sempre passa e tem sua indiscutível utilidade.
Somos para Deus como crianças que ainda não se deram conta da grandiosidade do mundo e das verdades da vida.
Almas aprendizes que se assustam com trovões e relâmpagos
que, nas noites escuras da vida, fazem-nos lembrar da nossa pequenez e da nossa impotência diante do todo.
Se ainda choramos de medo e não temos coragem bastante para enfrentar as realidades que não nos parecem favoráveis ou agradáveis, é porque em nossa intimidade
perante a mensagem do Cristo ainda não se fez certeza.
Nossa fé é tão insignificante que ante a menor contrariedade
bradamos que Deus nos abandonou, que não há justiça.
Trata-se, porém, de uma miopia espiritual, decorrente do nosso desejo constante de ser agraciados com bênçãos que, por ora, ainda não são merecidas.
Falta-nos coragem para acreditar que Deus não erra,
que esta característica não é dele,
mas apenas nossa,
caminhantes imperfeitos nesta rota evolutiva.
Falta-nos humildade para crer que, quando fazemos a parte que nos cabe na tarefa,
tudo acontece na hora correcta
e de forma adequada.
As dores que nos chegam e nos tocam
são oportunidades de aprendizagem e de mudança
para novo estágio de evolução.
Assim como a chuva,
que embora nos pareça inconveniente e assustadora,
em algumas ocasiões,
também os problemas são indispensáveis para a purificação
e renovação dos seres.
Por isso, quando tempestades pesarem fortemente sobre nossas cabeças,
saibamos perceber que tudo na vida passa,
assim como as chuvas, as dores, os problemas.
Tudo é fugaz e momentâneo.
Mas tudo, também, tem seu motivo e sua utilidade no nosso desenvolvimento.
Há noites muito escuras em que o vento violento
e ruidoso
traz a tempestade inclemente.
Os trovões e os relâmpagos invadem a madrugada
como se fossem durar para sempre.
Não há como ignorar os sentimentos
que tomam de assalto
nossos frágeis corações.
O medo e a incerteza tiram nosso sono,
e passamos minutos
infindáveis,
imaginando o pior,
temerosos de que o céu possa,
de um momento para o outro,
cair sobre nossas cabeças.
Sem, no entanto,
qualquer aviso,
o vento vai se acalmando,
as gotas de chuva começam a cair
com menos violência
e o silêncio volta a imperar na noite.
Adormecemos sem nos darmos conta do final da intempérie,
e quando acordamos, com o sol da manhã a beijar-nos a fronte,
nem sequer nos recordamos das angústias da noite.
Os galhos caídos na rua,
a água ainda empossada na rua, nada,
nenhum sinal é suficientemente forte para que nos lembremos do temporal
que há poucas horas nos assustava tanto.
Assim ainda somos nós, criaturas humanas, presas ao momento presente.
Descrentes,
a ponto de quase sucumbirmos diante de qualquer dificuldade,
seja uma tempestade ou revés da vida,
por acreditar que ela poderia nos aniquilar
ou ferir irremediavelmente.
Homens de pouca fé, eis o que somos.
Há muito tempo fomos conclamados a crer no amor do pai,
soberanamente justo e bom,
que não permite que nada que não seja necessário e útil nos aconteça.
Mesmo assim continuamos ligados à matéria,
acreditando que nossa felicidade depende apenas de tesouros
que as traças roem e que o tempo deteriora.
Permanecemos sofrendo por dificuldades passageiras,
como a tempestade da noite,
que por mais estragos que possa fazer nos telhados e nos jardins,
sempre passa e tem sua indiscutível utilidade.
Somos para Deus como crianças que ainda não se deram conta da grandiosidade do mundo e das verdades da vida.
Almas aprendizes que se assustam com trovões e relâmpagos
que, nas noites escuras da vida, fazem-nos lembrar da nossa pequenez e da nossa impotência diante do todo.
Se ainda choramos de medo e não temos coragem bastante para enfrentar as realidades que não nos parecem favoráveis ou agradáveis, é porque em nossa intimidade
perante a mensagem do Cristo ainda não se fez certeza.
Nossa fé é tão insignificante que ante a menor contrariedade
bradamos que Deus nos abandonou, que não há justiça.
Trata-se, porém, de uma miopia espiritual, decorrente do nosso desejo constante de ser agraciados com bênçãos que, por ora, ainda não são merecidas.
Falta-nos coragem para acreditar que Deus não erra,
que esta característica não é dele,
mas apenas nossa,
caminhantes imperfeitos nesta rota evolutiva.
Falta-nos humildade para crer que, quando fazemos a parte que nos cabe na tarefa,
tudo acontece na hora correcta
e de forma adequada.
As dores que nos chegam e nos tocam
são oportunidades de aprendizagem e de mudança
para novo estágio de evolução.
Assim como a chuva,
que embora nos pareça inconveniente e assustadora,
em algumas ocasiões,
também os problemas são indispensáveis para a purificação
e renovação dos seres.
Por isso, quando tempestades pesarem fortemente sobre nossas cabeças,
saibamos perceber que tudo na vida passa,
assim como as chuvas, as dores, os problemas.
Tudo é fugaz e momentâneo.
Mas tudo, também, tem seu motivo e sua utilidade no nosso desenvolvimento.
*Suzete Madeira*
*(Poetisa da nova vaga moçambicana)
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