"Lobito"
(Foto de Berrones, daqui)
Lobito*
Cidade de Angola
cidade litoral,
de tradições e belezas.
Tu,
que ontem eras uma língua,
um mangal,
és hoje
a sala de visitas,
desta Angola marginal.
A bela sala de visitas de Angola,
tropicalíssima,
por todos amadíssima.
És tu, minha cidade natal,
a bela e angolana cidade litoral.
Cheia de belezas
e tradições,
de tristezas,
alegrias múltiplas
e efémeras ilusões.
Cidade nada nos mangais
e no oásis de uma língua,
a Restinga,
eras,
e ainda podes ser,
além de sala de visitas,
a testa d’um famoso cavalo de ferro,
a salvação de longínquas terras à míngua.
Bela cidade que tu és.
Baía, portos, mar,
caminho de ferro;
belos bairros, campismo;
canas, salinas, flamingos;
Marços, belas moças, praias.
Para tudo isto,
três sílabas,
apenas:
LOBITO.
Lobito,
cidade de mangais e valas tortuosas,
dos belos flamingos rosados,
das grandes salinas,
alvas,
mal-cheirosas.
Lobito,
poema de luz e cor,
de alegrias, tristezas e dor.
Ontem, eras uma Restinga,
somente,
nada mais;
hoje, segunda cidade industrial.
Ontem, uma simples língua,
ora, a terceira cidade angolana,
segunda da Angola, litoral.
Bela terra,
filha querida da Restinga.
Tu és,
Cassequel, açúcar, Catumbela,
portos, caminho de ferro, mar;
Restinga, morros, baía, praia,
salinas e flamingos.
Sim,
tudo isto é a minha cidade.
Um belo miradouro
de belas e “Boas Vistas”.
Olha,
além,
lá ao fundo,
a Colina da Saudade, a Caponte e o Compão,
ali, o aeroporto, a Luz e São João.
Em baixo, a Canata e o Liro,
aqui ao lado, o Rádio e a Praia do Egipto.
Sim, por tudo isto,
uma palavra única:
LOBITO.
Bela cidade exuberante,
activa e orgulhosa,
tu és um longo poema
de luz,
de cor,
de alegrias e tristezas,
de ilusões,
de dor.
Oh bela cidade,
tu qu’és tudo isto,
e, certamente, muito mais,
diz-me, por favor,
qual a razão do poeta te desprezar
e nenhum belo poema te cantar.
Minha querida terra natal,
têm estes versos,
como única finalidade,
uma mísera prosa poética
te cantar.
Essa merecida homenagem
que os verdadeiros poetas
não te quiseram render.
Três sílabas, apenas,
tem esta cidade,
que nem ao então instituído poder,
alguma vez se vergou:
LOBITO.
(Foto de Berrones, daqui)
Lobito*
Cidade de Angola
cidade litoral,
de tradições e belezas.
Tu,
que ontem eras uma língua,
um mangal,
és hoje
a sala de visitas,
desta Angola marginal.
A bela sala de visitas de Angola,
tropicalíssima,
por todos amadíssima.
És tu, minha cidade natal,
a bela e angolana cidade litoral.
Cheia de belezas
e tradições,
de tristezas,
alegrias múltiplas
e efémeras ilusões.
Cidade nada nos mangais
e no oásis de uma língua,
a Restinga,
eras,
e ainda podes ser,
além de sala de visitas,
a testa d’um famoso cavalo de ferro,
a salvação de longínquas terras à míngua.
Bela cidade que tu és.
Baía, portos, mar,
caminho de ferro;
belos bairros, campismo;
canas, salinas, flamingos;
Marços, belas moças, praias.
Para tudo isto,
três sílabas,
apenas:
LOBITO.
Lobito,
cidade de mangais e valas tortuosas,
dos belos flamingos rosados,
das grandes salinas,
alvas,
mal-cheirosas.
Lobito,
poema de luz e cor,
de alegrias, tristezas e dor.
Ontem, eras uma Restinga,
somente,
nada mais;
hoje, segunda cidade industrial.
Ontem, uma simples língua,
ora, a terceira cidade angolana,
segunda da Angola, litoral.
Bela terra,
filha querida da Restinga.
Tu és,
Cassequel, açúcar, Catumbela,
portos, caminho de ferro, mar;
Restinga, morros, baía, praia,
salinas e flamingos.
Sim,
tudo isto é a minha cidade.
Um belo miradouro
de belas e “Boas Vistas”.
Olha,
além,
lá ao fundo,
a Colina da Saudade, a Caponte e o Compão,
ali, o aeroporto, a Luz e São João.
Em baixo, a Canata e o Liro,
aqui ao lado, o Rádio e a Praia do Egipto.
Sim, por tudo isto,
uma palavra única:
LOBITO.
Bela cidade exuberante,
activa e orgulhosa,
tu és um longo poema
de luz,
de cor,
de alegrias e tristezas,
de ilusões,
de dor.
Oh bela cidade,
tu qu’és tudo isto,
e, certamente, muito mais,
diz-me, por favor,
qual a razão do poeta te desprezar
e nenhum belo poema te cantar.
Minha querida terra natal,
têm estes versos,
como única finalidade,
uma mísera prosa poética
te cantar.
Essa merecida homenagem
que os verdadeiros poetas
não te quiseram render.
Três sílabas, apenas,
tem esta cidade,
que nem ao então instituído poder,
alguma vez se vergou:
LOBITO.
*Lobitino Almeida N’gola*
*Luanda, Abril de 1974
3 comentários:
Parabéns pelo seu belissimo verso, a terra que nos viu nascer, Lobito.
abç lobitanga e obrigado por ter retratado tão bem essa maravilhosa cidade onde aprendemos a amar.
Sou poeta,natural do Lobito e gostei do poema.Há poucos a escrever sobre o Lobito!
Caro anónimo Lobitanga, pena não se ter identificado. Cumprimentos
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