"Les Grandes Constructions"
(Óleo sobre tela, Vieira da Silva, 1956)
MEU FILHO*
Meu filho!
Quando ouvires os políticos guarda silêncio
Porque quando se cansarem serás escutado
No cerro da noite não temas as sombras das árvores
Contraria-te, congratula-te pelo luar oferecido
Porque nos tempos dos temporais que decorrem
Só nos resta essa sublime dádiva divina
E quando vires um esfomeado arrastar-te no teu caminho
Nunca o desprezes! Ele indica o caminho da espera
Aos que desviaram maliciosamente os caudais das riquezas ilícitas
Para a democracia das contas secretas da Suiça
No dia-a-dia passarinheiros imitarão o canto de sereia das promessas
Repetirão sem exaustão sempre o prometido
E nas iguais odes e sonatas escutadas por todo o lado
Perdurarão sempiternos trovadores místicos
E jograis que não serão mais escutados
Na tormenta das cidades não absorvas as multidões
Afasta-te, observa-as
Verás um universo circense, muita palhaçada
Nas muitas horas vadias não te dás conta
Do tempo que te resta, que te falta para viveres
Irremediavelmente já te passaram muitos anos
Na máquina do teu tempo
Despertas porque já não tens mais horas vagas
Na recuperação do tempo perdido
Conheces muitas pessoas mas, nunca conhecerás nenhuma
Se não conheceres profundamente uma delas
E quando finalmente só e abandonado
Relembra-te que os teus pais
No silêncio tumbal aguardam a tua companhia
Estão, estarão sempre contigo
(Óleo sobre tela, Vieira da Silva, 1956)
MEU FILHO*
Meu filho!
Quando ouvires os políticos guarda silêncio
Porque quando se cansarem serás escutado
No cerro da noite não temas as sombras das árvores
Contraria-te, congratula-te pelo luar oferecido
Porque nos tempos dos temporais que decorrem
Só nos resta essa sublime dádiva divina
E quando vires um esfomeado arrastar-te no teu caminho
Nunca o desprezes! Ele indica o caminho da espera
Aos que desviaram maliciosamente os caudais das riquezas ilícitas
Para a democracia das contas secretas da Suiça
No dia-a-dia passarinheiros imitarão o canto de sereia das promessas
Repetirão sem exaustão sempre o prometido
E nas iguais odes e sonatas escutadas por todo o lado
Perdurarão sempiternos trovadores místicos
E jograis que não serão mais escutados
Na tormenta das cidades não absorvas as multidões
Afasta-te, observa-as
Verás um universo circense, muita palhaçada
Nas muitas horas vadias não te dás conta
Do tempo que te resta, que te falta para viveres
Irremediavelmente já te passaram muitos anos
Na máquina do teu tempo
Despertas porque já não tens mais horas vagas
Na recuperação do tempo perdido
Conheces muitas pessoas mas, nunca conhecerás nenhuma
Se não conheceres profundamente uma delas
E quando finalmente só e abandonado
Relembra-te que os teus pais
No silêncio tumbal aguardam a tua companhia
Estão, estarão sempre contigo
*Gil Gonçalves*
*(um português algures em Angola; original de Março de 2008)
*(um português algures em Angola; original de Março de 2008)
Sem comentários:
Enviar um comentário