"Rapariga Mucubal"
(Tela de Toia Neuparth)
Poema*
Eis-nos aqui no caminho
Traçado por nossa mão.
Cada braço traz o punho
e cada punho um punhal.
Bandoleiros na vida,
vida errante era o destino!
Nas costas nasceram traços
da vida dura sem pão.
Rugas dos covais da vida
cemitérios da ilusão!...
Mortos, mortos, mas com vida
quase á beira do chão.
Quase à beira do chão
rastejantes, vermes, podres!...
Pobre miséria do mundo
só o dinheiro é patrão.
Só o dinheiro é patrão
dos vermes sujos do chão
Cada verme traz um punho
com uma faca na mão.
(Tela de Toia Neuparth)
Poema*
Eis-nos aqui no caminho
Traçado por nossa mão.
Cada braço traz o punho
e cada punho um punhal.
Bandoleiros na vida,
vida errante era o destino!
Nas costas nasceram traços
da vida dura sem pão.
Rugas dos covais da vida
cemitérios da ilusão!...
Mortos, mortos, mas com vida
quase á beira do chão.
Quase à beira do chão
rastejantes, vermes, podres!...
Pobre miséria do mundo
só o dinheiro é patrão.
Só o dinheiro é patrão
dos vermes sujos do chão
Cada verme traz um punho
com uma faca na mão.
*Alexandre Dáskalos*
*(poeta angolano (1924-1962), poema inicialmente publicado no “ABC – Diário de Angola” e transcrito na “Antologia Poética Angolana”, col. Imbondeiro, 1963)
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