"Aldeia Global"
(Desenho A4 a Nanquim (tinta da China), de João Craveirinha, 1983, Principado de Andorra)
Revolução Verde ou nova forma de gualdripar?*
Que te interessa nasceres rico,
se pobre és
e pobre vives?
Que te interessa seres de país rico
se tu e teus irmãos medram
na vida que outros desamparam?
Que te importa teres longas savanas
se nada te deixam comer
a não ser pós e lamas?
África,
tens fome?
Não te preocupes!
A FAO pensou
e uma revolução verde te dará
de esperanças muitas
e retóricas maiores.
Tu produzirás,
e colherás,
o que eles já não produzem.
E eles sentidos receberão,
comerão,
o pouco que não tens,
o muito que lhes dás!
Compreendes, os seus ventres,
grandes,
não são cavos de esperança
como os dos filhos que gerastes,
mas halos na abundância!
Mas precisam que te queixes
que te continues a queixar;
porque só assim solidários serão
nas mínguas migalhas que pomposos te darão.
Porque te interessa seres rica,
se pobre és,
e escrava subalterna continuas a viver?
Chega!
É tempo de dar um grito
e grilhetas quebrar!
FAO, ONU, UE, Brasis,
contingentes e quejandos afins,
Chega!
Chega de gualdripar
o que produzimos!
Chega paladinos,
os nossos minérios extirparem!
Chega!
Têm fome?
produzam!
Querem biocombustíveis?
em casa demandem!
Não mais somos,
nem mais seremos
os vossos marginais!
Queremos igualdade,
impomos,
ser tratados como iguais!
(Desenho A4 a Nanquim (tinta da China), de João Craveirinha, 1983, Principado de Andorra)
Revolução Verde ou nova forma de gualdripar?*
Que te interessa nasceres rico,
se pobre és
e pobre vives?
Que te interessa seres de país rico
se tu e teus irmãos medram
na vida que outros desamparam?
Que te importa teres longas savanas
se nada te deixam comer
a não ser pós e lamas?
África,
tens fome?
Não te preocupes!
A FAO pensou
e uma revolução verde te dará
de esperanças muitas
e retóricas maiores.
Tu produzirás,
e colherás,
o que eles já não produzem.
E eles sentidos receberão,
comerão,
o pouco que não tens,
o muito que lhes dás!
Compreendes, os seus ventres,
grandes,
não são cavos de esperança
como os dos filhos que gerastes,
mas halos na abundância!
Mas precisam que te queixes
que te continues a queixar;
porque só assim solidários serão
nas mínguas migalhas que pomposos te darão.
Porque te interessa seres rica,
se pobre és,
e escrava subalterna continuas a viver?
Chega!
É tempo de dar um grito
e grilhetas quebrar!
FAO, ONU, UE, Brasis,
contingentes e quejandos afins,
Chega!
Chega de gualdripar
o que produzimos!
Chega paladinos,
os nossos minérios extirparem!
Chega!
Têm fome?
produzam!
Querem biocombustíveis?
em casa demandem!
Não mais somos,
nem mais seremos
os vossos marginais!
Queremos igualdade,
impomos,
ser tratados como iguais!
*Lobitino Almeida N’gola*
*(feito no Dia do Meio Ambiente; 5/Junho/2008)
2 comentários:
gostei muito de seu blog, parabéns.
permite-me postar alguma de suas posias, citando a fonte, é claro?
um abraço brasileiro!
Madalena
Reafirmo o que já escrevi em apontamentos anteriores; poesia ou contos podem ser transcritos citando o(s) autor(es) e a respectiva fonte.
Cumprimentos
Eugénio Almeida
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