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Quando se junta uma amálgama de palavras, um conto ou um poema podem sempre emergir. A sua divulgação fará que não morram esconsos numa escura e funda gaveta. Daí que às minhas palavras quero juntar as de outros que desejem participar. Os meus trabalhos estão publicados sob o pseudónimo: "Lobitino Almeida N'gola". Nas fotos e pinturas cliquem nos nomes e acedam às fontes.

sexta-feira, janeiro 14, 2011

Ano VI - Há tempo…

“Tempo”
(Óleo sobre tela, Alexandre Segrégio, 1993, daqui)

Há tempo…*


Há tempo para dizer ao tempo
que é tempo do Mundo melhorar…
Há tempo para dizer ao tempo
que é tempo de as chuvas amainar…
Há tempo para dizer ao tempo
que é tempo das criaturas sentir…
Há tempo para dizer ao tempo
que é tempo das árvores florir…
Há tempo para dizer ao tempo
que é tempo das savanas ondular…
Há tempo para dizer ao tempo
que é tempo das montanhas assentar…
Há tempo para dizer ao tempo
que é tempo dos rios serpentear…
Há tempo para dizer ao tempo
que é tempo dos Homens saber mudar…
Há tempo para dizer ao tempo
que é tempo do Mundo tremer, parar…
.
Então…
é tempo de vermos as chuvas parar,
as árvores brotar,
os pássaros nidificar.
as montanhas assentar,
as savanas ondulando,
os rios deslizando,
as criaturas dançando,
os Homens parar, parar os Musseques,
o Mundo brilhando
como bolinha colorida nas mãos dum muleque.
Então…
há tempo para dizer ao tempo
que o tempo não é uma simples e aguda lança,
mas que é tempo do tempo deixar de ser trampa!

*Lobitino Almeida N’gola*
*(14/Jan./2011)
(Este poema foi publicado em 2013, na "Antologia de Poesia Contemporânea, Vol. IV, «Entre o sono e o sonho»", II Tomo, págs. 171-172, Chiado Editora)

1 comentário:

Anónimo disse...

É tempo de dizer que és um grande poeta.

Força!!! Vamos pensar na publicação da Antologia Malambas.

Sandro Feijó( O operário das letras)