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O vermelho das acácias na paisagem*
cai ao chão a mais ínfima aurora
há-de vesti-me de cor rubra
a matéria que tinge o céu e me deslumbra
este assalto da aurora será o meu enxoval meu dote de menina
agora que sei o mistério e continuo donzela
tu que pões o vermelho das acácias na paisagem
estranho amor te foi cobrindo amarga toranja
doce de papaia regressa
de cada vez
mais jovem
a semente
chama
arde em lábios audaciosos
neste acontecer saboroso
eles são afeitos
à incandescente terra a crescer num dom de mansidão
em fundo laranja canta o palato assim aceso enquanto
um rosário de contas pretas me escorre dos dedos
devagarinho para o chão
cai ao chão a mais ínfima aurora
há-de vesti-me de cor rubra
a matéria que tinge o céu e me deslumbra
este assalto da aurora será o meu enxoval meu dote de menina
agora que sei o mistério e continuo donzela
tu que pões o vermelho das acácias na paisagem
estranho amor te foi cobrindo amarga toranja
doce de papaia regressa
de cada vez
mais jovem
a semente
chama
arde em lábios audaciosos
neste acontecer saboroso
eles são afeitos
à incandescente terra a crescer num dom de mansidão
em fundo laranja canta o palato assim aceso enquanto
um rosário de contas pretas me escorre dos dedos
devagarinho para o chão
*Ana Mafalda Leite*
*(Poetisa e ensaísta, nascida portuguesa, em Moçambique se fez mulher; poema da obra poética, recentemente lançada, Livro das Encantações)
*(Poetisa e ensaísta, nascida portuguesa, em Moçambique se fez mulher; poema da obra poética, recentemente lançada, Livro das Encantações)
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