"A maior e mais bela surucucu que conheço"
.
Surucucu*
.
Fui mordido sem remédio,
quem me mordeu foste tu...
E agora morro de tédio,
veneno surucucu.
.
Foi numa triste cubata,
mais longe do que a distência,
mais longe do que a saudade,
que é tempo morto que mata.
.
Nunca mais posso esquecer
a tua boca sem fala,
quando um leão, que era rei,
assustava e complicava
os murmúrios da sanzala.
.
Uma palmeira
à luz da Lua, parecia que rezava
naquele mundo profano!...
.
Fui mordido... - Foste tu! -
Nunca mais posso esquecer-te,
- veneno surucucu.
*Tomaz Vieira da Cruz*
*(poeta nascido português mas que assumiu Angola como sua onde foi enterrado a seu pedido - poesia retirada da compilação "Quissange", edição Lello, 1971)
*(poeta nascido português mas que assumiu Angola como sua onde foi enterrado a seu pedido - poesia retirada da compilação "Quissange", edição Lello, 1971)
Sem comentários:
Enviar um comentário