"Fenda da Tundavala"
(Uma belíssima paisagem do Lubango, retirada daqui)
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Poema das coisas belas*
As coisas belas,
as que deixam cicatrizes na memória dos homens,
por que motivo serão belas?
E belas, para quê?
Põe-se o Sol porque o seu movimento é relativo.
Derrama cores porque os meus olhos vêem.
Mas porque será belo o pôr de Sol?
E belo, para quê?
Se acaso as coisas não são coisas em si mesmas,
mas só são coisas quando coisas percebidas,
por que direi das coisas que são belas?
E belas, para quê?
Se acaso as coisas forem coisas em si mesmas
sem precisarem de ser coisas percebidas,
para quem serão belas essas coisas?
E belas, para quê?
*António Gedeão*As coisas belas,
as que deixam cicatrizes na memória dos homens,
por que motivo serão belas?
E belas, para quê?
Põe-se o Sol porque o seu movimento é relativo.
Derrama cores porque os meus olhos vêem.
Mas porque será belo o pôr de Sol?
E belo, para quê?
Se acaso as coisas não são coisas em si mesmas,
mas só são coisas quando coisas percebidas,
por que direi das coisas que são belas?
E belas, para quê?
Se acaso as coisas forem coisas em si mesmas
sem precisarem de ser coisas percebidas,
para quem serão belas essas coisas?
E belas, para quê?
*(poeta português; in: “6 poemas de António Gedeão”, edição JSC-Público, 1995)
2 comentários:
Gosto imensamente de António Gedeão e, especialmente, deste poema.
E quanta beleza prendem em si as palavras?
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